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A opinião dos outros.

Atualizado: 31 de mai. de 2021

O inferno são os outros



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Você já abandonou uma ideia, um sonho, já deixou de fazer algo por medo do que iriam pensar ou dizer de você? Ou então já se comportou de forma diferente ou usou uma mascara só para passar boa impressão, agradar alguém, ser aceito ou até mesmo amado?


Certamente todos nós já agimos uma vez na vida através do medo de ser rejeitado de não ser amado, de não ser aceito ou excluído.

É preciso olhar esse comportamento com certa normalidade e até mesmo como uma necessidade na nossa vida em sociedade. O ser humano é uma espécie que sempre necessitou da vida em grupo e hoje não é diferente.

O problema começa, quando deixamos o medo da reprovação do outro nos paralisar, caçar a nossa liberdade, seja ela de expressão, de escolha etc.


Nessa vida em comunidade, nós julgamos e somos julgados a todo momento e uma forma de explicar essa necessidade de julgamento que temos é através da visão do filósofo Sartre,que resumidamente, explica que o nosso objetivo ao julgar alguém é tranformar o outro em algo identificável no nosso mundo interno e dentro da nossa percepção, é poder defini-lo através de adjetivos (qualidades e defeitos), criar uma generalização do que é o outro . Esse comportamento, também foi um comportamento um pouco natural para o ser humano pois em outra épocas no era necessário categorizar o outro como aliado ou ameaça.


Infelizmente, esse processo de categorizar pessoas, adjetivar (definir através de adjetivos), colocar as pessoas em gavetas ainda é uma realidade na nossa vida.


Antes de aprofundar no assunto é necessário que tenhamos em mente que existem dois tipos de julgamento:


1° Os julgamentos moralizadores:

É o tipo de julgamento com o qual somos acostumados e mesmo formatados por eles na infância, é um julgamento no qual eu me baseio sobre uma referência externa para julgar,ou seja, eu observo e decido que algo é absolutamente bom ou ruim, verdadeiro ou falso me apoiando em regras gerais que eu aprendi, seja por meio da minha educação, cultura, por meio de crenças (generalizações) que eu adquiri ao longo da vida e o que é ”moralmente” correto para a sociedade na qual eu vivo, o que está ou não em um suposto ''código de boa conduta''.

É um tipo de julgamento que leva à culpabilização, geralmente aplicado em frases que começam dessa forma:

Você deve, você não deve, é correto, não é correto, é verdadeiro ou é falso, isso não se faz.

São frases que nos coloca na posição de juízes ou pais e que coloca o outro na posição de acusado ou criança que deve ser ''corrigida''.

Esse tipo de julgamento também pode ser usado no diálogo interno, ou seja quando julgamos a nós mesmos.


2°Os jugamentos baseados nos valores: julgamento no qual eu me baseio em uma referência interna para julgar, ou seja, eu observo e eu decido se algo está ou não alinhado comigo, meus valores, minhas aspirações, minhas opiniões. Ou seja, resumidamente os julgamentos baseados nos valores são só uma opinião e não uma imposição, não uma regra.

Esse tipo de julgamento é usado como ferramenta na comunicação não violenta para substituir os julgamentos moralizadores.

As frases geralmente se iniciam por:

Eu acredito, eu penso que, de acordo com a minha visão de mundo, na minha opinião etc.


Só tendo as noções desses dois tipos de julgamento fica mais evidente qual é a forma menos violenta de se comunicar e a qual nos oferece uma melhor receptividade do outro para que este nos escute, certamente nós também preferimos que nos tratem de forma menos autoritária.



Como não deixar o que o outro pensa ou diz de mim me abalar?


1. Entender que os outros não têm os mesmo critérios que você :Muitas vezes, a gente se paralisa sozinho em determinadas situações por achar que porque pensamos de tal forma o outro também pensa igual e damos inicio à um processo de auto julgamento e boicote. É preciso compreender que o outro não tem os mesmo critérios de avaliação do mundo que você , na verdade, esse processo de adivinhação do que o outro vai pensar ou pensa quase nunca funciona pois estamos apenas projetando no outro a nossa consciência e os nossos critérios de avaliação.


2. Deixar de acreditar que você pode influenciar na opinião que o outro tem de você :

O outro acredita no que ele quer acreditar, ele tem os seus próprios patamares e critérios com que ele julga a vida e o mundo, não adianta acreditar que se a gente se comportar de certa maneira, falar de certa maneira, se vestir de certa maneira, então poderemos influenciar na opinião que o outro terá de nos. As vezes, mesmo por saber que o outro já tem uma imagem positiva de nós , nos sentimos na obrigação de preservar essa imagem a todo custo e isso cria um peso enorme, porque é como se tivéssemos que adivinhar quais são os critérios nos quais o outro se baseia para que eu encarne esse personagem.


3. Deixar acreditar que a opinião de alguém define quem voce é:

É preciso compreender que eu não posso controlar a liberdade de pensamento do outro e que além disso, ele tem seu direito de opinião, até porque a opinião que ele faz de você, o que ele diz ou pensa de você, diz mais sobre ele do que sobre você, pois quando falamos de algo ou alguém, falamos muito mais do nosso mundo interior e das nossas percepções, ou seja, o que as pessoas falam de você não define quem você é.

Isso também evita o comportamento de ficar se defendendo ou se justificando o tempo todo.

Eu gosto muito de uma frase, ainda do Sartre que diz: O inferno são os outros.

Essa frase é muito mais profunda do que parece, na verdade, o inferno são os outros porque na minha percepção de mundo eu sou o mestre e o criador, eu sou aquele que julga o mundo as pessoas e os classifica, mas quando sou confrontado ao outro e a suas percepções me dou conta que deixo de ser criador e juiz e passo à ser o objeto julgado, ou seja, essa falta de controle que temos da visão que o outro tem de nós é um grande desafio para o ser humano e sua natureza controladora.


4. Deixar de acreditar e de generalizar a opinião de alguém :

Basta que uma pessoas nos diga isso ou aquilo e nós criamos uma generalização, criamos uma espécie de ferida ou sensibilidade nesse ponto em específico.

Esse processo de generalização que o cérebro faz nos impede de enxergar que as opiniões sobre nós são tão vastas quanto as pessoas que conhecemos.

Não cole na sua testa as etiquetas que os outros dão para você.


Por muitas vezes, as pessoas vão dizer que você é gordo demais, magro demais, feio, bonito, que a sua roupa é isso ou aquilo. Ok, mas isso e aquilo, gordo ou magro, feio ou bonito em relação ao o que e a quem? E quem definiu isso? Quem ditou padrões? Nós temos o direito de ser quem somos desde que possamos nos sentir bem com isso.


5. Seja você mesmo

Quer agradar à todos? Não seja ninguém, não faça nada e se prive de todas as suas liberdades, se você não cumprir um desses critérios então certamente você será criticado, para ser criticado basta estar vivo de verdade. Quer uma dica? Pegue os filmes mais acalmados do cinema, as músicas mais belas que já ouviu e veja as críticas e você terá consciência de que sempre terão pessoas criticando mesmo aquilo que consideramos perfeito, pois perfeição é relativa, por isso, aprimore-se, avance, mas não se baseie nem se cobre por algo que não existe.

Mais do que isso, é muito difícil usar uma máscara o tempo todo para ser amado, você não tem nada a perder em ser você mesmo, no máximo você perderá pessoas falsas que não te amam por quem você é e sempre existirá no mundo pessoas que vão te amar por quem você é.


6. Abandone a ideia de perfeição

Buscamos uma padrão de ”perfeição” pois somos viciados em sermos valorizados pelo outro, se nos liberarmos dessa busca pelos aplausos, seremos mais livres das críticas.

Claro que é sempre bom ser elogiado, mas deve existir um certo desprendimento em relação aos elogios para que haja também um certo desprendimento em relação as críticas. Liberte-se de ser perfeito ou ter que ser mais do que os outros e você estará confortável em ser esse ser humano em processo de evolução e aprendizado e eu te digo que é muito melhor do que viver na mediocridade de nunca avançar em nada, embora seja uma escolha que cada um é livre para fazer.

7. Encarar o medo de ser julgado de forma positiva

O medo de ser julgado é normal, é ele que faz de você uma pessoa empática , então aprenda a amar essa parte de você, se ele te paralisa ainda de certa forma, nada de se culpabilizar, tente, erre, até acertar, saiba que apenas de agir mesmo que de forma imperfeita pode inspirar muitas pessoas que encontram a mesma dificuldade que você de agirem também. Além disso, tente não se concentrar nas críticas destrutivas, mas sim em aprender e agir, pois enquanto eles falam você avança.


Quais críticas aceitar?

Vamos nos deparar ao longo da nossa vida com críticas duras, porém construtivas, críticas amáveis e também construtivas e criticas duras, desvalorizares que não não valem a pena nem de serem levadas em conta e como saber o que nos seria realmente útil de escutar?

Para isso eu tenho o hábito de me questionar:

1. Essa crítica vem de alguém que me ama? Vem de uma pessoa com quem eu posso contar em momentos difíceis?

2. A pessoa que faz essa crítica tem alguma moral para fazê-lo pois tem mais experiência na área e o faz com boa intenção?

3. Essa crítica, mesmo se mal formulada, tem algo que pode ser aproveitado ou útil para meu crescimento como pessoa?


Se a resposta para uma dessas perguntas for sim, então vale a pena tirar um pouco de tempo para pensar, caso contrário, não merece nossa atenção. Eu também digo tirar um pouco de tempo, porque não é saudável ruminar e ficar pensando durante dias em uma crítica recebida, deve ser uma análise rápida, se estou de acordo, o que eu posso por em prática para melhorar? Se não, bola pra frente, vida que avança.


Eu espero que você tenha gostado do tema dessa semana e que de alguma forma ele seja útil para você,

não deixe de compartilhar com aquelas pessoas que você considera que ele possa ajudar.

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Grande Abraço,

Joyce Dibout.

 
 
 

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