Liberte-se dos jogos psicológicos!!
- joycedibout
- 18 de jul. de 2022
- 7 min de leitura
Atualizado: 4 de ago. de 2022

Hoje eu quero trazer pra vocês um dos grandes princípios da comunicação que mudou a maneira com a qual eu comunico e vivo minhas relações!
Você já se perguntou porque as vezes, a gente atrai o mesmo tipo de pessoa? O mesmo tipo de relação?Ou o mesmo tipo de situação ?
Pois é, isso pode estar ligado aos nossos comportamentos inconscientes, e nesse novo artigo do blog eu vou te explicar o porque isso possa estar ocorrendo!
Prepare-se pois tem muito conhecimento para te conscientizar sobre os comportamentos incoscientes que intoxicam nossas relações.
Você já ouviu falar no triângulo de Karpman? Se não, atenção! Pois, provavelmente você esteja pisando nele nesse exato momento! E talvez não seja só um, mas vários!
Calma! Eu explico! O psicólogo americano Stephen Karpman apresentou um modelo social que rege toda interação humana, que ficou conhecido como Triângulo de Karpman ou Triângulo Dramático. Nesse triângulo podemos assumir o papel de três personagens: a vítima, o salvador e o perseguidor.
O triângulo de Karpman nada mais é que um jogo psicológico inconsciente praticado com o objetivo de manipular a interação ou a relação entre os indivíduos para obter certa vantagem e evitar a intimidade.
Simplificando um pouco, o nosso inconsciente evita a intimidade na tentativa de proteger nosso ego, principalmente da dor! Essa dor pode ser a dor da rejeição, a dor do abandono, da crítica, etc.
A manipulação é essa porta de escape que nos permite de não entrar em intimidade com o outro, mas ao mesmo tempo de se relacionar e obter o que se é desejado, seja o reconhecimento, a sensação de controle, a atenção, a aceitação, etc.
Resumindo, nosso inconsciente entra nesse jogo para nos ''proteger'' da dor, mas também para obetr algo.
O mais interessante de tudo isso, é que ao assumir um personagem do triângulo de Karpman, o indivíduo acaba empurrando os demais para assumir os personagens restantes. É aí que constatamos a nossa facilidade em manipular e de sermos manipulados.
Os comportamentos podem ser tão sutís que geralmente você nem se dá conta que está assumindo um personagem e mergulhando de cabeça em um jogo psicológico por vezes muito perigoso!
De acordo com as dores que vivemos no passado e com as nossas necessidades, podemos ter uma tendência à assumirmos o mesmo personagem com mais frequência que os demais e como consequência atrair pessoas que nos mantenham nesse papel.
Vem que eu explico melhor!
Os personagens do Triângulo e Suas Particularidades
1.Vítima:
A vítima vai se declarar impotente e irresponsável ela busca incansavelmente um culpado para o acontecido, ela está ao mesmo tempo sempre à espera do seu salvador para resolver seu problema. Ela manipula tentando dominar através da piedade se colocando como a injustiçada e a sem solução, ela age de forma muito passiva em relação a situação que vive.
Seu lema é:
Os outros têm o poder de me fazer feliz - Vítima que busca um salvador
Os outros têm o poder de me entristecer - Vítima que busca um Perseguidor
Os benefícios desse personagem são os de ganhar atenção, assistência e se se isentar de toda responsabilidade sobre sua vida ou escolhas.
Na verdade insconscientemente, muitas "vítimas" não querem mudar verdadeiramente a situação mesmo se elas sofrem. O papel de vítima é uma zona de conforto para essa pessoa, uma eventual mudança no seu comportamento acarretaria a necessidade de se encontrar uma nova forma de obter assistência e a forçaria a encarar suas responsabilidades.
Esse personagem é o que mais têm influência sob os demais e é aquele que mais pode manipular no triângulo.
Para a vítima, a primeira coisa é separar fato de percepção. Você é uma vítima de um fato ou você se considera uma?
Em segundo lugar, entender que o mundo não pode girar em torno de você e que por vezes necessitamos de ajuda e isso é normal, mas devemos sempre cultivar nossa independência e dar menos poder ao outro. Não é o outro que tem o poder de te fazer feliz ou infeliz, o poder está nas suas mãos e você só entrega ao outro se você quiser.
Não espere que os outros façam por você, só você tem o poder de mudar a forma de encarar a vida e só você é responsável por ela.
Não podemos mudar os fatos, mas podemos escolher o que fazer com o que a vida nos deu, construir ou destruir.
O Salvador
O salvador é o personagem que socorre a vítima e a defende do perseguidor. Ele é o responsável em descobrir e dar uma solução para o problema da vítima.
O salvador é aquele que corre ao socorro de alguém mesmo quando ninguém pediu e mesmo quando aquilo possa prejudicá-lo. Ele se considera responsável pelo bem estar e felicidade dos outros e tem dificuldades em dizer não e estabelecer limites.
O objetivo desse personagem é o de ser bem visto e se tornar indispensável na vida de alguém.
Ele cria insconcientemente um sentimento de dependência na vítima e por muitas vezes, esse comportamento pode ser usado como uma ''ocupação'', pois, cuidando dos problemas do outro, ele tem uma boa desculpa para não cuidar dos seus próprios problemas e não ter que encarar seu vazio interior.
O salvador pode passar em vítima, exemplo; Ele acusa o outro de abusar de sua boa vontade, de fazer de tudo para o outro se anulando e anulando suas vontades pessoais, ele joga assim a antiga vítima, como perseguidor. Nesse caso, ele se esquece que na maioria das vezes, ninguém se quer pediu sua ajuda e que ele na verdade ele só veio ajudar para nutrir sua necessidade de ser insubistituível e de ganhar admiração.
O salvador pode passar em perseguidor, exemplo; Quando a vítima o culpabiliza por algo.
A vítima pode culpabilizar seu salvador alegando que este não atendeu bem as suas exigências exigindo mais ajuda ou a continuação desta por mais tempo.
O salvador também pode passar em perseguidor quando impoe seu ponto de vista ou perde a paciência com a vítima ou o perseguidor.
Seu lema é:
Os outros são fracos, precisam de mim, eu devo ajudá-los.
Eu tenho o poder de fazer os outros felizes - Salvador que procura vítima.
Para as pessoas que se reconhecem frequentemente no personagem do salvador, eu diria que primeiramente seria interessante de se perguntar se essa pessoa gostaria de ser ajudada, e as vezes até mesmo deixar o outro ter a iniciativa de pedir.
Em segundo lugar, eu diria que o mais importante é de se perguntar se sua ajuda esta guiando essa pessoa para a independência e autonomia, ou se está fazendo dela alguém ainda mais dependente e infantilizado a longo prazo ? Nesse caso, você não está ajudando, mas agravando o problema apenas pela sua necessidade de se sentir valorizado e indispensável.
Perseguidor
O perseguidor é aquele personagem que não exita em dar a sua opinião.
Justiceiro, moralizador e perfeccionista, ele se sente no direito de dizer ao outro como ele deve ser e agir. Esse personagem, geralmente, carrega muita frustração pelo seu desejo de ''perfeição'' e controle. Na verdade, inconsciente, ele quer fazer os outros ''pagarem'' pelo que é ''justo'' visão dele.
Seu lema é:
Eu preciso dizer como ele (a) deve ser ou agir, pois eu sei mais e tenho razão.- Perseguidor que procura vítima
O perseguidor pode ser ou não legítimo, ou seja, ser um verdadeiro perseguidor ou apenas se encontrar nesse personagem pois uma outra pessoa assumindo o papel de vítima o culpabiliza por algo que não é factual.
Quando o perseguidor é legítimo, podemos reconhecê-lo como aquela pessoa dona da razão, que tem uma idéia muito radical e que raramente muda seus parâmetros. Ele é controlador e se basea na sua frustração para fazer uma justiça que é torta e faz dos outros vítimas de seu mau humor e grosseria.
O objetivo desse personagem é de fazer os mais vuneráveis se dobrarem diante dele e da sua ''verdade". Ele obtém o controle e pode conseguir com que as pessoas sejam e ajam como ele deseja sem receber um não.
Se alguém se reconhece quase sempre nesse personagem, pode ser que essa pessoa sofra de um grande complexo de inferioridade e por isso, precise se sentir importante e mascarar suas partes frágeis.
Nós podemos nos encontrar fácilmente nesse personagem quando perdemos a calma, quando criticamos excessivamente, quando impomos nossa opinião como uma verdade absoluta, ou quando pressionamos alguém a fazer algo.
Para o perseguidor legítimo, o melhor à se fazer é abrir mão da idéia de controle e do perfeccionismo. Cultivar a abertura de espírito para novas idéias e aprender a escutar mais do que dar sua opinião.
Ele também precisa aprender a trabalhar melhor a sua frustração e procurar compreender a fonte de seu sentimento de inferioridade para curá-lo.
Algumas precisões
Como vimos, o triângulo dramático é um jogo psicológico que rege inconscientemente nossas interações e relações com os demais indivíduos. Ele é uma ferramenta poderosa de manipulação, principalmente nas mãos de personalidades manipuladoras e na mão de narcisistas. Essas personalidades sabem dançar com personagens do triângulo , utilizando os pesonagens da maneira e no momento que lhe convém, jogando com a culpabilidade, a vitimização, a agressividade etc.
Como já falado antes, nós assumimos certos personagens para evitar de encarar certas dores que carregamos. Essa dor da qual falamos, pode ter sido gerada ainda na infância, por exemplo;
Uma pessoa que viveu uma experiência de forte rejeição, possívelmente vai tentar insconscientemente se proteger dessa ''grande dor''buscando por aceitação na fase adulta.
Nessa busca desenfreada por aceitação, essa pessoa pode ter dificuldades em se afirmar, em impôr limites no outro ou em dizer não.
Nesse caso, eu não me espantaria se essa pessoa estivesse muito familiarizada com o personagem do salvador , pois, se sentindo culpada em dizer não, ela aceitará tudo.
O pior de tudo isso, é que existirão pessoas que saberão jogar com esta dor, para obter um sim que os favorece.
Esse é apenas um dos milhares de exemplos que eu poderia dar aqui.
O objetivo aqui é te sensibilizar para o assunto e te fazer pensar em quais papéis você tem assumido inconscientemente durante as interações sociais do cotidiano e também nas suas relações.
Frequentemente,nos perguntamos o porque estamos atraindo os mesmos tipos de pessoa, e isso também pode estar relacionado com o triângulo dramático. Na verdade, inconscientemente atraímos o personagem oposto que vai reforçar nosso personagem ''preferido'' através da nossa linguavem verbal e nossos comportamentos.
Por exemplo;
O agressor legítimo é atraído pela vítima pois acaba identificando essa facilidade em colocar essa pessoa em específico nessa posição de vítima para afirmar seu personagem de agressor e tirar vantagem facilmente. A vítima, mesmo sofrendo com a interação acaba que inconscientemente ganhando pois reforça seu papel de vítima que é uma posição confortável e habitual para ela.
Para começar esse processo de conscientização, eu te convido a repensar suas relações através do triângulo dramático, e perceber quais personagens você e as outras pessoas estão assumindo...
Pergunte-se:
Qual pesonagem eu tenho assumido?
Quais personagens meus próximos têm assumido?
Existe um personagem que eu assumo mais que os outros?
O que tem me levado a assumir esse personagem na maioria das vezes? O que eu ganho com ele? Do que eu tenho fugido com ele?
No próximo episódio, vamos ir mais longe e descobrir algumas ferramentas que nos permitirão de não entrar no triângulo e construirmos relações saudáveis longe da manipulação e dos comportamentos incoscientes que têm afetado nossa vida.
Se você quer compreender mais sobre o triângulo dramático, não deixe de conferir o meu podcast:
Grande beijo pra vocês!!
Joyce Dibout





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