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Como desenvolver o amor próprio

Atualizado: 15 de jun. de 2022


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Olhando pra trás, mesmo me sentindo uma criança diante da vida, eu tomei consciência de certos comportamentos que eu tinha em relação a mim mesma.


Eu me lembro de uma vez ter dito a minha mãe que eu simplesmente não me amava, naquela época, eu não conseguia encontrar nada de positivo em mim, fisicamente eu não me admirava, mas mais do que isso, eu não conseguia encontrar em mim qualidades que certamente eu tinha.

Hoje, eu compreendo que eu me odiava pois eu me olhava através do prisma da crítica, procurando ”defeitos”. Minha lógica era de me auto rejeitar antes que os outros o fizessem para evitar ou amortecer o sofrimento, pois, de alguma forma, dentro de mim, eu revivia inconscientemente a rejeição sofrida na minha infância.


É preciso compreender que a cada evento vivido e interpretado como um trauma pela criança, pode resultar em uma ferida emocional que o acompanhará por toda a vida ou até que ela seja curada. Eu uso aqui o termo ”interpretar” porque um mesmo evento vivido por diferentes pessoas podem resultar em diferentes percepções até mesmo no caso dos traumas, por exemplo, o que para um é vivenciado como uma humilhação, para outro, pode significar rejeição, isso nos exemplifica como os fatos podem ser diferentemente interpretados de acordo com a visão de mundo de cada um.

Para aprofundar no assunto,eu te convido a ler o livro As cinco Feridas Emocionais de Lise Bourbeau, ela explica no seu livro, as cindo feridas causadas na nossa infância que vão nos acompanhar durante a fase adulta, formar parte da nossa personalidade e produzir máscaras comportamentais de auto-defesa.


Depois dessa breve explicação sobre as feridas emocionais, vamos voltar à minha experiência em questão, eu acredito que na época em que eu disse a minha mãe que eu não me amava, eu começava mesmo que da forma inversa, a compreender a importância do amor próprio, mas foi apenas ao deixar a casa dela e ao ser obrigada a encarar a vida sozinha que esse desamor foi se desintegrando, eu compreendi que sem o ”eu” seria impossível realizar meus sonhos, de superar os desafios da vida.


Eu me lembro que quando cheguei na França, eu comecei a trabalhar em um hotel isolado à beira-mar e até aquele momento eu não tinha amigos, mas quando eu tinha um dia de folga e fazia sol, eu simplesmente pegava minha mochila e ia fazer um pique-nique nos bosques ou na praia sozinha. Esses momentos, me ensinaram a apreciar a minha companhia, a encarar o “eu“ e suas feridas, a me conhecer profundamente e a me dar conta que minha melhor amiga, primeiramente, tinha que ser eu.


A ideia de amor próprio que temos, por vezes pode ser muito clichê, mas amor próprio é muito mais do que se olhar no espelho e proferir um ”Eu te amo” ele é construído sobre os pilares do autoconhecimento e da autoaceitação. O amor verdadeiro, deve partir do incondicional , ou seja, sem condições, portanto, o amor próprio é se amar todos os dias, nos dias bons como nos maus, é encontrar beleza aonde a sociedade estabeleceu outros padrões, é reconhecer seus pontos de vulnerabilidade e rir com eles, é ser seu melhor amigo, companheiro e defensor, é se encorajar, é acreditar em si mesmo quando ninguém mais acredita, é não abrir mão dos seus sonhos e não negociar com a vida por se considerar plenamente merecedor de viver o que se deseja.

Sim, tudo isso é muito lindo na teoria, e pra quem tem falta de amor próprio, parece uma ideia tão distante quanto inalcançável. Mas, se outros conseguiram, isso significa que não é impossível, e se não é impossível, você também pode fazê-lo.


Você já se deu conta de quantas vezes você foi o único que esteve lá por você? As vezes não por abandono de outrem, mas porque simplesmente as circunstâncias da vida te obrigaram a encarar tudo sozinho? Quantas vezes você se reergueu sozinho? Quantas vezes você mesmo se auto-aconselhou, se motivou e escolheu superar as dificuldades ?


Tudo o que você precisa, as respostas que você procura, não estão nos outros, não está no mundo, ela está em você, e o único caminho para encontrá-las é a do autoconhecimento e autoaceitação, para trilha-los é preciso aceitar passar por um processo as vezes inconfortável e que a gente sempre evita que é o da introspecção, ela nos convida à encarar nossos ”demônios”, nossos traumas, medos, inseguranças e a se conhecer profundamente.

Você já se perguntou o porque a gente procura tanto evitar estar sozinho?

Porque nós temos um sistema quase que automático de introspecção que se inicia, é nesse momento que você encara você mesmo e se a sua relação com você não for boa, se você não tiver curado suas feridas, vários pensamentos começarão a surgir. Isso de alguma forma é incrível, o seu ”eu” interior está querendo por ordem em todos seus sentimento e pensamentos, é como o pessoal da coleta seletiva que passa vendo o que serve, o que não serve e o que pode ser reciclado, mas geralmente as pessoas evitam esse momento de introspecção, muitas delas se servem das festas, das aglomerações, da bebida ou das drogas, para esquecer, para apenas fugir do ”eu” que quer dialogar e uma criança interior que quer colo.


Saiba que se esse processo te assusta, várias opções estão aí para te ajudar, eu mesma fiz mais de 6 anos de terapia comportamental e acho que foi a melhor decisão que tomei na minha adolescência, isso não significa que você tenha que fazer o mesmo, mas é importante ter consciência que existem ferramentas que ajudam no processo da introspecção e na reconstrução do ”eu”.


O amor, o respeito, o cuidado que você espera deve vir primeiro de você e é importante ter em mente que o que as pessoas dizem sobre você, sempre fala mais delas do que de você, as pessoas que olham com olhar de maldade, crítica, calúnias geralmente é porque elas interpretam o mundo através desse prisma baseado justamente nas crenças psicológicas delas (fato de acreditar que sua visão de mundo é a verdade absoluta) , todos nós somos construídos através desse sistema de crenças que a gente vai justamente falar uma próxima vez, mas o importante é deixar claro que o que os outros pensam não é responsabilidade sua e que se você viver na dependência da aprovação do outro (dependência afetiva), a felicidade, o amor e a realização que você procura nunca serão possíveis.


O problema é que a nossa sociedade nos ensina a sermos perfeitos, mas perfeitos aos olhos de quem se perfeição é relativa?


Você já se perguntou o porque ama seus filhos, seus pais, seus irmãos ou o seu pet de estimação? Geralmente, pra esse tipo de questão não se tem resposta, a gente simplesmente ama de forma incondicional, nos dias bons e nos maus, as vezes a convivência pode ser até difícil, mas o amor não muda. Então já que amor não é questão de mérito, porque não se amar assim incondicionalmente reconhecendo os pontos a melhorar, reconhecendo as suas vulnerabilidades?


Deixa eu te dizer uma coisa, você não teria a incrível experiência que é viver a vida sem você mesmo. Você precisa ter a consciência de que você é único se considerarmos que cada ser humano através de seus pontos fortes, dons, talentos, pode desempenhar um papel muito importante, seja a nível familiar ou a nível social (de sociedade). Ou seja, se você não desempenhar o seu papel, ninguém pode fazê-lo , a cada ser humano que se perde nesse mundo para os excessos da vida, nós temos um pai, uma mãe, um irmão a menos para uma família, e talvez um médico, um artista, um professor, a menos para a sociedade e com certeza um mundo todo destruído, o mundo desse indivíduo e seus sonhos.

Levando tudo isso em conta, é mais fácil enxergar o valor e o potencial das pessoas, a cada sonho enterrado, não é só o indivíduo que perde, mas todo mundo. Por isso, eu te digo novamente o quanto você tem valor para a sua família e para o mundo.


Comece por você, mas promova também o amor próprio entre sua família amigos e pessoas que você conhece, se as pessoas tivessem mais amor próprio, elas não estariam constantemente se sentindo ameaçadas e querendo apagar o brilho do outro porque simplesmente elas conhecem o seu valor e o seu lugar no mundo, as pessoas que se amam sabem que elas são únicas, insubstituíveis e reconhecem o valor e a importância do outro também, as pessoas que se amam, não precisam esmagar o pisotear ninguém, elas não perdem seu tempo criticando e destruindo, mas sim construindo.


No próximo texto eu vou trazer ferramentas que vão facilitar o caminho para atingir o amor próprio.

Até a próxima,

Joyce

 
 
 

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