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O mundo está perdido? Como sobreviver ao COVID, as brigas políticas e ao estresse.

Atualizado: 1 de mai. de 2021

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As vezes a gente se pergunta aonde viemos parar, o que está acontecendo com o mundo e com as pessoas, a gente se pergunta aonde foi parar o amor, a humanidade a empatia humana, você liga a TV e só vê, tragédias, assassinatos, maldade, briga política e como se tudo isso não fosse o bastante, uma pandemia, com ela mais mortes, mais briga política, mais gente enlouquecendo e praticando maldades e você confinado, talvez apenas vendo os dias passarem e tentando encontrar outras ocupações, com medo do futuro, do que pode ser, da economia etc.

Até ontem nós estávamos como loucos gritando ”parem o mundo eu quero descer”, tudo ia muito rápido, a gente se considerava sem tempo pra nada ou pra tudo e agora que nossos pedidos foram atendidos e o mundo parou, a gente está simplesmente perdido. Tem gente sem escola, sem emprego, sem dinheiro, sem sentido, sem esperança ou simplesmente cansado, apenas querendo sumir. Pois é, basta uma pandemia como essa para percebemos o quanto o nosso mundo é frágil o quanto o bicho homem acha que pode controlar tudo, mas que no final, é totalmente vulnerável. Nessas horas, percebemos que honrarias, títulos e até mesmo o dinheiro não dão uma solução definitiva à certas coisas, são pobres e ricos que sofreram e que sofrem, são brasileiros ou japoneses, pessoas do mundo inteiro com todas suas diferenças culturais, linguínticas e religiosas que sofreram e sofrem da mesma forma, como humanos, como seres feitos da mesma matéria.

É preciso admitir que bem antes da COVID nós já estávamos a flor-da-pele, já se falava que o mundo estava piorando e que a gente estava indo pro buraco com nossa sociedade cada vez mais violenta, mais estressada, mais ansiosa, tudo, menos mais feliz e realizada. Mas será que é verdade, será que o mundo e as pessoas estão piorando?

Se olharmos para trás, vamos ver que a história humana não é a mais bonita, ela foi escrita em todos seus capítulos com muita violência, exploração, abusos em todos seus aspectos, ela foi escrita pela dominação de povos uns sobre os outros através do massacre, a economia foi criada através de um sistema de escravidão, você era julgado pela sua classe social,cor da pele, origem,casta, uns tinham direito a tudo e outros a nada, direitos considerados básicos e fundamentais hoje, simplesmente não existiam, o direito a terra, a vida, direito de expressão simplesmente não existiam e isso era considerado normal.

Desde a guerra entre povos bárbaros, até as guerras travadas pela religião,as colonizações, a primeira, a segunda, as guerras de independência, as ditaduras, as marchas pelos direitos, ufa!! Chegamos aos tempos atuais, e como eles são difíceis, a gente tem direito a quase tudo e ainda assim só olhamos o que não funciona, o que é problemático, mas também, de alguma forma, positivo porque identificamos justamente os pontos a serem melhorados na nossa sociedade. Mas então por que a gente tem a impressão que tudo está indo pro buraco? Porque vemos tanta violência? Tanta loucura? Na época de vovó de papai não era assim...

Razões possíveis a serem consideradas:


1. Porque nós nunca fomos tantos no mundo

O mundo chegou à marca de quase 8 bilhões de seres humanos e para 2100 a ONU prevê que sejamos mais de 11 bilhões. Certamente, nunca fomos tão confrontados a conviver com o outro quase que sob o mesmo teto, nós estamos sendo abarrotados em grandes cidades, obrigados a encarar as desigualdades cara a cara, como em São Paulo ou no Rio de Janeiro que apenas uma rua separa pobres e ricos, somos confrontados com fatos que eram esporádicos e que pelo simples aumento da população estão agora muito mais evidentes e fazendo parte de uma ”normalidade doentia”. Ou seja, a sociedade sempre teve episódios de violência, porque o ser humano aprendeu a resolver seus conflitos dessa forma, na faca, na espada, na força, no assassinato, no roubo etc, mas por conta do aumento populacional e da concentração em grandes cidades, agora esses episódios nos parecem muito mais evidentes.


2. Estamos mais conectados:

O fato de estarmos mais próximos virtualmente também causa os mesmos efeitos do tópico anterior, nós temos acesso ao outro 24h por dia, nós sabemos a opinião dele, nós vivemos com ele e só não percebemos ainda.

Os dados também chegam até nós todo o tempo, tem gente que tem até aplicativo de notícia no celular, pior do que isso, que envia um alerta quando tem notícia nova.

A TV também faz parte da família, eu me lembro que fiquei muito chocada quando vim para fora do país e percebi que na maioria das casas não existe TV, ou se existe elas estão quase sempre desligadas, porém o curioso é que em quase todas as casas existe um espaço reservado a biblioteca, alias por vezes bem grandes. As crianças, têm direito à pouquíssimas horas de desenho animado , o resto do tempo elas devem se ocupar com jogos creativos e atividades físicas. Esse conceito de vida europeu, me fez repensar demais sobre o quanto a TV pode ser extremamente nociva principalmente para as crianças em fase de desenvolvimento, se você tem mais interesse sobre o assunto você pode ler o livro de Michael Desmuget que se chama Lobotomia da TV: a verdade científica sobre os efeitos da televisão.

O fato de estarmos mais conectados, pode também nos tornar mais dependentes afetivos, porque temos a necessidade de ver e de sermos vistos, tem gente que avalia seu valor de acordo com a quantidade de likes que recebe. Além disso, as redes sociais, também podem favorecer o sentimento de frustração e infelicidade, porque nos expõe a um mundo de ”felicidade falsa” onde todo mundo é 100% feliz o tempo todo.


3. Pelo fato de que o ser humano nunca esteve tão livre e nós somos de natureza controladora

Pois é, tão próximos e tão distantes, a gente vive junto, mas ninguém se suporta, o outro me irrita, a opinião dele me irrita, o modo de vida dele me irrita, a liberdade dele me irrita, uau! Isso revela tanto de nós, revela o quanto nós somos controladores e o quanto acreditamos que a nossa visão de mundo é melhor do que a do outro, ou seja, o quanto somos donos da verdade, o quanto nós temos a tendência de sermos ditadores com aqueles que nos cercam, a gente quer a todo momento impôr o nosso conceito de mundo ideal ao outro, esquecendo que este tem também seus direitos, sua visão do mundo, suas preferências e que o necessário é encontrar um ponto de equilíbrio pra se viver em sociedade, mas ninguém quer ceder, simplesmente pelo fato de que ceder é tido como submissão, ceder significa se desfazer de certas crenças, então é mais fácil impor, esse é o ego que grita dentro de nós esse é o extremismo, essa é a intolerância enraizada em nós desde que o homem é homem.

Somos a geração mais livre que já existiu na terra até o momento, as anteriores, passaram suas vidas lutando e até morrendo para construir um mundo de mais igualdade e liberdade e agora que conseguimos garantir ao menos os direitos fundamentais, parecemos nos incomodar com a liberdade do outro, parecemos estar todo tempo militando contra ela. Vamos falar mais de intolerância no próximo episódio pra tentar compreender da onde ela vem, identificar o porque certas pessoas vêm o mundo dessa forma e do porque devemos estar sempre vigilantes para nos tornar-mos também intolerantes, porque a intolerância é autossustentável, ela gera um ciclo infinito, ela torna intolerantes as suas vítimas e logo os reprimidos se tornam repressores. Ela tem a capacidade de nos transformar naquilo que mais criticamos e petrificar nossos corações.


4. Nós nunca estivemos tão à nível racional

Pois é, tão próximos e tão distantes, a gente vive junto, mas ninguém se entende mais, parece que cada um fala uma língua diferente, sim, porque junto com todo esse crescimento populacional e das grandes cidades, vem a valorização do racional, a competição dos ”sabe tudo”, a gente passou um pouco da geração do ter para o ser (até porque muitos são frustrados em não ter, então eles querem ao menos ser), ser o sabe tudo, ser o mais descolado, ser o mais popular.

Além de tudo isso, nós não sabemos mais falar do nossos sentimentos, não nos permitimos mais sermos humanos, nem à nós e nem aos outros, estamos sempre no julgamento ao invés de estar no sentimento, se alguém partilha seu sofrimento com a gente, vamos logo julgando que ele é pessimista, porque nos ensinaram no século XXI a vivermos um positivismo tóxico que mata o emocional, que corta nosso acesso aos sentimentos, que faz com que a gente inconscientemente olhe para o outro como um ingrato, que tira dele o direito de ser humano e que tira da gente o contato com o elemento mais essencial da vida, o amor empático.

É claro, devemos sim ser positivos e viver na gratidão, mas a vida é uma questão de equilíbrio, nós somos imperfeitos e é essa imperfeição humana que nos torna perfeitos, que faz de nós humanos e não máquinas, essa é a pluralidade sentimental que nos ensinaram a sufocar na era da supervalorização do racional, é justamente porque temos sentimentos que sofremos, mas não podemos melhorar nada colocando a sujeira em baixo do tapete com a desculpa de um positivismo doente.


Como podemos viver melhor essa fase onde a pandemia explode, a guerra política afeta nossa convivência diária, o medo em relação a economia de amanhã?


1. Mude seus hábitos

Já ouviu falar que você é o que você come? Minha mãe até me dizia que bicho de goiaba, goiaba é. O que você deixa entrar na sua vida? Na sua mente? Sim a noção de responsabilidade com sigo mesmo também começa aí, muito do nosso estresse, da nossa ansiedade é alimentado pela televisão, além de um canal de manipulação de dados ela é também uma fonte de negativismo absurdo, não acredite de que porque você assiste à TV você esta bem informado, não confunda dados com informação. Dados são fragmentos NÃO TRATADOS da informação, ou seja, o que a TV faz é poluir o seu cérebro com dados e mesmo as poucas verdadeiras informações que nos chegam, não podem ser confundidas com conhecimento. Então pare de submeter sua mente a essa poluição, muitos falam em détox físico, mas nesse momento o que mais precisamos é um detox mental, estamos nos tornando obesos mentais. Eu estou longe de dizer que tudo o que tem na TV é ruim, mas eu me arriscaria a dizer que apenas 10% é aproveitável, o mesmo vale para as redes sociais, principalmente para os grupos de WhatsApp políticos que além de jogar com a sua ansiedade e com seu humor, vão endurecer a sua capacidade de análise, dizer só o que você quer ouvir pra alimentar seu ego, e mais uma vez jogar dados que apresentam uma face polarizada.

Cuide da sua saúde mental, tire de seu telefone todos aplicativos que podem ser fonte de ansiedade, até mesmo aqueles que você sente a necessidade de checar a cada 5 minutos, sem perceber, viramos escravos desses aplicativos que sabem como nos seduzir. Uma outra solução, é começar a estabelecer um limite de tempo sobre eles ou definir horários específicos no qual você pode estar acessando, pergunte-se quanto tempo você tem perdido com isso, e tente outras atividades como a leitura, o esporte, atividades criativas. Mais uma vez, eu não estou dizendo que devemos ser alienados à tudo o que se passa e muito menos ser passivos em relação a vida política do nosso pais.

Uma questão que me ajuda muito a definir esses limites é: essa informação é realmente relevante? Ela vai me ser útil para mudar alguma coisa ou vai ser só pra ficar batendo boca superficialmente no trabalho, com a família ou os amigos?


2. Promova a liberdade

Hoje em dia todo mundo ama essa palavra, mas será que a gente vive a real liberdade e a gente aceita e promove a liberdade do outro? A gente escuta o que ele tem a dizer tentando entender sua maneira de pensar, as dores que ele tem no coração o que fez com que ele tenha essa visão de mundo, antes de impor e de fazê-lo engolir a nossa? Aliás, é importante dizer que liberdade de expressão também envolve o direito de se calar e de não ter opinião para dar. Quem disse que devemos ter uma opinião sobre tudo e todos o tempo todo? Liberdade de expressão também é o direito de não dar a minha opinião, ou simplesmente não ter, na verdade, se a gente quiser ser minimamente justo, simplesmente não é possível formular opiniões tão rapidamente porque as situações e o ser humano são complexos, nos habituaram a ter opinião sobre DADOS que saíram nas mídias de forma totalmente polarizada à 5 minutos, mas como? Será que em todo esse tempo podemos ter noção de todas as nuances que envolvem a situação? Ouvimos todos os lados da história?

Instalaram em nós a crença de que não ter ou não querer dar nossa opinião é sinal de falta de personalidade, falta de inteligência, ou alguém alienado, mas mais uma vez eu te digo, joga fora essa dependência afetiva, você não precisa provar nada pra ninguém.


3. Pratique a empatia e a tolerância

Muito se fala sobre empatia, se colocar no lugar do outro, fazer caridade, mas será que vivemos isso no dia a dia? Eu retomo o que disse em cima, somos caridosos na escuta? Somos caridosos nas palavras? Falamos e agimos estando alinhados aos nossos valores e da forma que gostaríamos que falassem ou agissem conosco?

Eu sei que é difícil ser empático principalmente nos dias de hoje com pessoas que estão o tempo todo esbravejando e babando raiva e intolerância, mas eu sempre penso nesses casos, qual é a intenção desse pessoa por trás disso tudo? O que ela quer me comunicar? Qual o sentimento real que existe por trás de tudo isso que talvez ela mesmo não tenha conscieência? E na maioria das vezes o que eu encontro é medo, uma pessoa com medo de que seu mundo ''perfeito'' construído de acordo com a sua visão de mundo desabe, são geralmente pessoas rígidas que têm muita dificuldade em se adaptar ao novo ou ao diferente.

Procure reconectar-se aos seus sentimentos, faça atividades que favoreçam isso, mantenha relações que favoreçam isso e face à pessoas desequilibradas mantenha a serenidade, não deixe que o outro contamine a sua paz interior, não deixe alguém desequilibrado emocionalmente roubar sua humanidade seja pessoalmente ou através das redes sócias e TV. Estabeleça limites e exija respeito se necessário, mas lembre-se que o objetivo da intolerância é fazer mais intolerantes.


4. Ocupe-se com atividades construtivas

Muitas pessoas estão perdidas em relação ao seu planning depois do confinamento e do fato de não trabalhar, além de todos os pontos que já citei, é importante não cair no sedentarismo e nos maus hábitos. Aproveite desse tempo para fazer atividades físicas, para organizar as coisas que você procrastinava à tempos, para ligar para um parente, para ler livros construtivos, para meditar e até mesmo para se voluntariar em trabalhos voluntários, a gente fala muito do papel do governo e dos estados mas e nós? O que temos feitos a nível individual? Você pode nessa pandemia, mudar a vida de alguém, além de fazer bem ao outro você faz também ao seu coração, além do que, você poderá conhecer novas pessoas, fazer novas amizades e também fortalecer sua auto-confiança saindo da sua zona de conforto (no caso dos mais tímidos).

Eu queria chamar atenção de todos para os mais jovens que estão em casa sem escola e por isso, mais suscetíveis ao sedentarismo, ao vícios, até mesmo aos vícios em relação à internet, às redes sociais, ao pornô e isso não deveria ser um assunto tabu na nossa sociedade porque é algo normal, o ser humano não é feito para estar desocupado, por isso, eu queria chamar atenção de todos que tem um adolescente em casa, para que estejam atentos aos comportamentos do mesmo, para tenham conversas francas com este onde ele possa se expressar livremente, sem ser julgado, mas sim compreendido. Procure saber se ele não está todo tempo sozinho, ou se ele se sente só, às vezes estamos rodeados de pessoas e mesmo assim, nos sentimos incompreendidos e sós, proponha atividades interessantes e acima de tudo, escute-o.

Esteja também atento aos abusos que alguns podem sofrer nesse período de confinamento, crianças, adolescentes e mulheres são as maiores vítimas, embora violências domésticas aconteçam também com idosos e mesmo com homens o que dentro da nossa sociedade machista pode ser motivo de risos, mas é real, em todo caso denuncie.

Espero que você tenha gostado,

Obrigada pela sua atenção e até a próxima.

Joyce Dibout.


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